Promete ficar?

Ana acordou com uma súbita vontade de chorar, só não entendia o porquê. Na verdade, não aceitava, mas no fundo sabia bem qual era o motivo. Ana sofreu, chorou... até que tudo passou.
Jurou não se apaixonar de novo, jurou não amar mais ninguém. Jurou nunca mais sentir nada. E sentiu. E se apaixonou. E amou. Ela tentava negar, mas era tão óbvio: frio na barriga, conversar bobagens, sorrir à toa... ela só podia estar apaixonada.
Ana pensava ser feliz com Beto. Imaginava que os dois, mesmo tão jovens, já formavam o par perfeito. E não havia uma só pessoa para dizer o contrário. Beto dizia que, vida sem ela, não era vida. Era só... existir. Ela dizia que, sem ele, não existia dia bom. Era só... mais um dia. Eles se completavam como Danoninho com Nutella, Bolo de Cenoura com Cobertura de Chocolate, Açaí com Leite Condensado...  "Ele completava ela e vice-versa, que nem feijão com arroz" - era o que Ana sempre dizia. Ao menos até o momento em que descobriu de verdade que o "pra sempre" acaba. Tolice foi pensar que com eles seria diferente...
Nos dias seguintes, Ana acordou com uma súbita vontade de chorar, só não entendia o porquê. Na verdade, não aceitava, mas no fundo sabia bem qual era o motivo.
Nunca souberam informar sobre Beto, mas dizem que Ana continua por aí, (re) fazendo juras...

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