Suicídio ao contrário.

É sobre a minha arte, sobre a minha vida,
sobre a minha possível poesia do viver.
Meu amigo Nietzsche,
eu não me encaixo!

Apolo ou Dionísio.
Nem um, nem outro. 
Nenhum.
Ou talvez os dois.

Definitivamente não me encaixo.

Me disseram que devo ser como os artistas
(e, às vezes, ainda mais sábia).
É que a vida é uma tragédia!

E me disseram que a vida é uma tragédia.
Não sei se é espetáculo,
mas eu assisto com os peitos abertos.

Me disseram que o jeito é ser poeta da própria vida.
E eu faço poesia, crio versos - inversos - e me vejo.
Me aqueço, padeço, anoiteço, enlouqueço e estremeço
por sentir demais.

Me disseram que homens são nostálgicos ou esperançosos.
Ou (re) lembramos o passado,
ou esperamos e planejamos o futuro.
O presente, que pena, sempre ausente.

Tão incerto, me perco.
Sem tempo, sem espaço.
Fora de todas as leis de qualquer ciência.

É que parece que tudo mudou
(tudo sempre muda!)
e trocou de lugar.
Outro espaço, outro tempo. 

Outros nós.

Mas ainda se encaixam
e se encontrarão no infinito,
feito o céu e o mar.
Feito pra mergulhar.
Feito pra se afogar.

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