Já entendi que você é só poesia e nunca será romance. É definitivo: eu não gosto de setembro

É definitivo, eu não gosto do setembro. Todo ano é igual: ansiedade pra chegar, ansiedade pra passar, ansiedade pra nunca mais voltar. E sempre volta. Ele dá um jeito, mas volta. Tudo está bem, mas ele volta.
Hoje me contaram um romance, era sobre um garoto que se apaixonou por uma garota. Ele se declarou, ela decidiu que seria melhor eles não se relacionarem. Ela, cheia de dúvidas. Ele, todo amor a oferecer. Todo amor, só pra ela. Ela não quis, ele se mudou, foi embora. Ela percebeu que o amava, percebeu que poderia ter vivido algo maravilhoso e, por algum motivo, deixou essa felicidade escapar de suas mãos. Hoje, anos depois, eles se reencontraram e, apesar de toda a vida já vivida, eles se deram uma chance: se deram um beijo. Ela sabe (sempre soube) , ele é o dono do melhor abraço. E do melhor beijo. E do melhor sorriso. E do melhor qualquer coisa, porque é dele, e é pra eles. Isso é amor. Isso basta. Isso é essa coisa que pensamos não existir, mas existe.

Quando você diz que vem às quatro, desde às três eu já começo a sofrer. Estamos em agosto e eu não paro de pensar em setembro. Não consigo evitar imaginar como será quando chegar mais um dia vinte e oito. Não consigo mais suportar esse sentimento incompleto e tão nostálgico, forte e arrebatador. Eu odeio setembro, porque me faz lembrar você. Eu odeio agosto, porque me lembra setembro, que me faz lembrar você. Eu odeio outubro, porque me lembra o quanto eu sou tola por ter te procurado mais uma vez, e não existem mais sinais de fumaça. E eu odeio todos os meses, porque eles não tem você.

Neste agosto, estou em outra. Pensei ter, finalmente, superado. Me jogam esse romance como um tapa na cara. Me soa tão familiar. Tão seu. Tão meu. Mas eu não vou contar pra ninguém, porque eles não acreditariam. Às vezes acho até que nem você acreditaria. E quer saber? Eu também não acredito.

Sempre que as coisas do coração começam a ir mal, eu me lembro de você. Porque sim, aquele sentimento continua sendo meu exemplo utópico de como tudo deve ser. Porque eu sinto saudades. E porque eu sei que, em silêncio, eu amo setembro. E sempre vou amar, porque é o seu mês, e é a minha única chance de me reaproximar. Uma vez por ano, como nossas promessas de abraços. Daqui uns dias eu volto pra falar com você, e depois, até o ano que vem. Ou melhor, até nunca mais.

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