Eu não quero (te) deixar ir.

Pra onde você corre?

O que une dois corpos senão o afeto?
O que une corações senão o toque?
O que me faz querer, senão o cuidado e atenção?
O que desperta os sentidos, senão os corpos?

Porque você (não) me deixa ser?
Porque eu quero tanto você?

Não sei se perguntas são respostas que eu (não) quero ouvir.

Eu sei que o momento não é certo,
e que eu não posso simplesmente ir
-até você.

Mas é que eu não sei se o momento é certo
-e eu não sei mais
se o medo é sempre uma expectativa,
a expectativa me dá medo
-até demais.

O que eu sei é que eu sinto
-falta (d)o seu beijo no meu pescoço.

Sinto falta de te abraçar à noite como se eu pudesse sentir um universo inteiro nos meus braços.

De que vale um corpo?

Eu queria descobrir
-o seu.

Eu queria conhecer
-seus caminhos, curvas e constelações.

Desenhar um mapa que só nós dois pudéssemos decifrar,
porque ninguém conhece suas marcas mais que você
e ninguém quer ser tão parte delas como eu.

A verdade é que você passa
-(há) tanto tempo na minha cabeça,
que eu percebi que transbordou meu coração.

E pra onde eu corro?

É que alguns acordes pesam mais que eu,
e sem perceber sou levada
e me escondo em sons que não tem voz.

Parece até que sou outro modo de existência.

O modo pelo qual viajo
-até você.

E aí não existe momento ruim.
Só existe o momento em que a gente se dispõe
-ou não.

Porque você corre?

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