ouvi dizer que agora tu diz que é inteiro

no começo, não era verbo .
no começo, cê não era nem um conhecido.
aí virou encontro, assim mesmo, do nada.
cê deu uma gargalhada e logo virou amor, assim mesmo, com tudo.
e foi amor. 
foi amor pra caralho.
aí apareceu uma bifurcação que pra um lado era medo, pro outro era expectativa.
a gente ainda não sabia, mas os dois caminhos davam no mesmo lugar.
do meu lado no caminho tu foi poesia que virou conto, canto, palavra, gosto, choro, saudade, tu foi tudo, só que pela metade.
e aí eu segui.
segui sem saber pra onde ir, como ir, se ia chegar em algum lugar ou se tinha um lugar, um momento, uma circunstância, um abraço apertado que pudesse me fazer lembrar que os corpos, quando querem, podem sim ocupar o mesmo lugar no espaço.
mas daí tu virou poeira que se dispersou nessa tênue linha que separa o entre o quando o quase o tudo o nada e qualquer coisa.
.
.
.
.
.
"não lhe tirei nada, além do que eu também perdi ao ir embora."

Postagens mais visitadas